Morte - Uma mera ilusão da percepção humana?
O que é a vida?
Todo  o ser vivo neste planeta é composto de células. Basicamente, uma célula  é um robô feito de proteínas pequeno demais para sentir ou experimentar  o que quer que seja. Essas são as características que definimos para a  vida:
- Ela tem uma barreira que a separa das redondezas, criando ordem;
- Ela se ajusta e mantém um estado constante;
- Ela come coisas para se manter viva;
- Ela cresce e se desenvolve;
- Ela reage ao ambiente;
- E é sujeita à evolução;
- E ela produz cópias de si mesma.
Mas  de todas as coisas que se constroem uma célula, nenhuma é viva.  Materiais reagem quimicamente com outras coisas, formando reações que  iniciam outras reações que iniciam outras reações.
Numa  única célula, todo segundo vários milhões de reações químicas ocorrem,  formando uma harmonia complexa. Uma célula pode fazer milhares de tipos  de proteínas: algumas muito simples, outras como máquinas complexas e  muito pequenas.
Imagine  dirigir um carro a 100km/h enquanto constantemente reconstrói todas as  partes dele com coisas que encontra pela rua. Isto é o que células  fazem. Mas nenhuma parte da célula está viva; tudo é matéria morta  movida pelas leis do universo.
Então seria a vida é um agregado de todos esses processos de reação?
Eventualmente,  tudo que é vivo morrerá. O objetivo do processo todo é prevenir isso  produzindo novas entidades; ou seja, com o DNA. A vida é, de certa  forma, apenas um amontoado de coisas que carregam a informação genética  por aí. Toda forma de vida está sujeita à evolução, e o DNA que  desenvolve a melhor forma de vida para si continuará no jogo. 
Então o DNA é a vida?
Se  você considerar o DNA fora de seu invólucro, certamente será uma  molécula muito complexa, mas que não pode fazer nada por si própria.
É  aí que os vírus complicam as coisas. Eles são basicamente cadeias de  RNA ou DNA num invólucro pequeno e precisam das células para conseguirem  fazer qualquer coisa. Nós não sabemos se devemos considerá-los vivos ou  mortos. Ainda assim, há 225 milhões m³ de vírus na Terra. Eles parecem  não se importar do que pensamos deles.
Há ainda vírus que invadem células mortas e as reanimam assim elas podem hospedá-los, o que embaça a linha ainda mais.
Ou  mitocôndrias. Elas são as usinas das células mais complexas e eram  bactérias independentes que formaram uma parceria com células maiores.  Elas ainda têm seu próprio DNA e podem se multiplicar por si próprias,  mas elas não vivem mais; elas estão mortas.
Assim  elas trocaram a própria vida para a sobrevivência do seu DNA, o que  significa que formas de vida podem evoluir para coisas mortas contanto  que seja benéfico para seu código genético.
Assim, talvez a vida seja uma informação que conduz a garantia de que haja uma existência contínua.
Mas e a inteligência artificial?
Por  nossa definição comum, nós estamos muito próximos de criar vida  artificial nos computadores. É apenas uma questão de tempo até que a  nossa tecnologia chegue lá. E isto não é ficção científica, também; há  muitas pessoas inteligentes trabalhando ativamente nisto.
Nós também podemos argumentar que vírus de computador são vivos: eles se reproduzem para manter sua informação.
O que é a vida então?
Coisas,  processos, DNA, informação? Isto pode se tornar confuso rapidamente. Há  uma certeza: a idéia que vida é fundamentalmente diferente de coisas  mortas porque elas contém algum elemento não físico ou são governados  por princípios diferentes dos objetos inanimados acabou sendo errada.
Antes  de Charles Darwin, os humanos definiram uma linha entre si próprios e o  resto das formas de vida; havia algo mágico sobre nós que nós fez  especiais. Quando tivemos que aceitar que somos como qualquer outra  forma de vida, um produto da evolução, nós definimos uma linha  diferente.
Mas  quanto mais aprendemos o que computadores podem fazer e como a vida  funciona, mais nos aproximamos de criar a primeira máquina que se  encaixa na nossa descrição de vida, e mais a imagem de nós mesmos corre  risco novamente. E isto acontecerá cedo ou tarde.
E  aqui está outra questão para você: se tudo no universo é feito da mesma  coisa, isso significa que tudo no universo está morto ou que tudo no  universo está vivo?
Esta é uma pergunta complexa?
Isto  significa que nunca morreremos porque, em primeiro lugar, nunca  estivemos vivos? É a vida e morte uma questão irrelevante e nunca  notamos? É possível que nós somos uma parte do universo maior do que  imaginamos?
Não olhe para nós. Não temos nenhuma resposta para você. São apenas questões para você pensar.
Afinal, é se pensando em questões como estas que nos faz sentir vivos e nos dá algum conforto.

 
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